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domingo, 20 de fevereiro de 2011

LAGOA SANTA E A TENSÃO SUPERFICIAL

Para quem não se lembra mais: “As moléculas de um líquido interagem entre si de várias maneiras. Além disso, sofrem a ação da gravidade e da agitação térmica. No cômputo geral, se o líquido estiver em um recipiente, forças de atração preponderam e impedem que as moléculas se espalhem pelo espaço. O líquido ocupa um volume determinado, formando uma superfície bem definida entre ele e o ar circundante. Surge daí uma diferença clara entre as moléculas da superfície e as que ficam internas no líquido. As que ficam dentro interagem com as demais em todas as direções. Já as que ficam na superfície só podem interagir com as que estão do lado de dentro. Do lado de fora só existe o ar e as moléculas do ar estão tão separadas uma das outras que seu efeito imediato sobre a superfície líquida pode ser desprezado.
O resultado é que a película que fica na superfície sofre uma atração para dentro do próprio líquido. Essa tendência é contrabalançada pela resistência das moléculas de dentro que só podem ceder espaço até certo ponto. Quando o equilíbrio é alcançado a tendência das moléculas superficiais de penetrarem no líquido é equilibrada pela resistência das demais que estão no interior.
Esse fenômeno é descrito como sendo devido à tensão superficial. Observe que a tensão superficial não é nenhuma força ou interação nova, com o mesmo status do peso ou da força elétrica. É apenas um tipo de equilíbrio entre essas forças que já existem no líquido moldando a forma da superfície desse líquido.”


Isso explica porque alguns insetos conseguem pousar na água, porque pedaços de papel, moedas, clips e outros objetos flutuam.

Pois bem... a frase que mais me importa nesse texto é a que diz que tensão superficial é apenas um tipo de equilíbrio entre essas forças que já existem no líquido moldando a forma da superfície desse líquido.
Analogicamente, estamos vivendo um momento em que o precário equilíbrio que existia em Lagoa Santa, entre a sua infraestrutura e a abusiva expansão que aconteceu devida ao grande número de pessoas que vieram para cá nos últimos dois anos, sem o menor planejamento, está em fase de rompimento. A tensão superficial se rompeu.

Há muito tempo enfrentando sérias crises de falta de água nas casas, em um sistema de roleta russa que a cada semana “privilegiava” um bairro, a cidade essa semana viveu a ruptura da tensão superficial no assunto abastecimento de água. Na sexta-feira as escolas do centro, a própria prefeitura e os moradores daquela região viveram seus momentos de seca. As escolas dispensaram os alunos, a prefeitura seus funcionários.
Outro fator é o aumento considerável no valor das contas de água, cuja explicação veio de que, como está faltando água de maneira intermitente, os canos se enchem de ar e quando a água volta a correr empurra esse ar que passa pelo hidrômetro ( que não sabe distinguir entre água e ar para medir) e é medido como água consumida.

Segundo especialistas, vamos passar por essas rupturas, de maneira grave, em diversos aspectos: trânsito, abastecimento de água, de energia elétrica, segurança.

Sem falar em um gravíssimo problema: o equivalente à “tensão superficial” no que diz respeito à agressão ao frágil solo de Lagoa Santa. Todos os geólogos sérios avisam que o carste não suporta excessos. Já temos em cidades vizinhas acontecimentos registrados de prédios que provocaram rachaduras no solo onde foram construídos, ruas que cederam e deixaram em seu lugar crateras consideráveis e já estamos vendo isso acontecer aqui também. Mas, isso é assunto que ninguém divulga, pois poderia comprometer o “crescimento” da cidade.

A tensão superficial também é o mecanismo que nos permite ver as bolhas de sabão voando coloridas e lindas quando as fazemos com uma mistura de água e sabão e um aro. Lindas e coloridas até que explodam quando a pressão de fora fica maior que a de dentro da bolha.

Começamos a assistir às explosões da nossa cidade. Ao contrário das bolhas de sabão, que podemos repetidamente colocar o nosso aro na água com sabão e fazer outras e outras até nos cansarmos, com a nossa cidade não poderemos voltar atrás.
O importante com certeza seria nos empenharmos em manter o equilíbrio do que a cidade suporta e comporta.
Para que ela continuasse linda e colorida como era.

Tensão superficial: extraído e adaptado de texto de http://www.searadaciencia.ufc.br/tintim/fisica/tensaosuperficial/tintim2.htm

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Tribunal de Justiça mantém liminar que impede obras em área tombada pelo Município de Lagoa Santa

Decisão da 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais foi unânime.

Depois de apurar denúncias sobre obras irregulares na região central de Lagoa Santa, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte, o Ministério Público Estadual (MPE) por meio dos os promotores de Justiça Marcos Paulo de Souza Miranda, Carlos Eduardo Ferreira Pinto e Adriano de Oliveira Cândido propuseram Ação Civil Pública (ACP) objetivando o cancelamento das autorizações concedidas pelo Município de Lagoa Santa que permitiam às empresas Construtora Dominus e Promenade Apart-Hotéis, a construção de um grande empreendimento imobiliário denominado Apart-Hotel Promenade sem a elaboração de estudos ambientais e sem a aprovação pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural.
A construção pretendida teria área de 5.210,00 m2, sendo composta por 180 unidades de 32 m2, totalizando somente a área de hospedagem 5.760,00m2, impactando negativamente a Lagoa Central da cidade, que é tombada como patrimônio cultural e paisagístico da cidade.
Em 12 de julho de 2010 o Juiz de Direito da 2ª Vara de Lagoa Santa, José Geraldo Miranda de Andrade, deferiu parcialmente a liminar pleiteada pelo Ministério Público em ação civil pública proibindo as empresas qualquer atividade tendente à construção do empreendimento, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. Foi ainda determinado pelo juiz a averbação da ação civil pública à margem da matrícula do imóvel no Cartório de Registros de Imóveis de Lagoa Santa, para conhecimento de terceiros.
Em 18 de agosto de 2010 as empresas interpuseram recurso de Agravo de Instrumento junto ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
No último dia 15 de fevereiro a 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais decidiu por unanimidade de votos negar provimento ao Agravo de Instrumento interposto pelos réus, confirmando a liminar que proíbe a construção do edifício no entorno do bem tombado, considerado como o maior cartão postal de Lagoa Santa.



Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais
Rua Timbiras, 2941 - Barro Preto - Belo Horizonte - MG - CEP 30140-062
Telefax: 31-3250-4620

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Jornal Momento Online

Vale a pena ler a reportagem, porque nada melhor do que a gente perceber que pessoas além de nós também não se deixam enganar por uma reportagem cujo objetivo é maquiar uma administração tendenciosa.

http://www.redemomento.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=85:carlos-valadares&catid=40:jornal&Itemid=59