Visita de Marina Silva a Lagoa Santa e Movimento Nova Política
No dia 17 de dezembro, aniversário da Cidade, Lancaster Fernandes, coordenador local do Movimento Marina Silva, convida para um bate papo com a líder política em Lagoa Santa. Marina Silva virá, entre 8:00 e 10:00, no espaço 9sete, e falará um pouco sobre o Movimento Nova Política e sobre o tema Cidades Sustentáveis.
Desde julho de 2011 vem se constituindo um movimento suprapartidário liderado por Marina Silva pautado pelo aprofundamento da democracia e da sustentabilidade no Brasil: o Movimento Nova política.
Na internet criou-se o espaço dos “sonháticos”, espaço colaborativo, baseado na liberdade e no diálogo entre as diferenças. Nos diversos estados começam a surgir os “coletivos”, encontros que reúnem pessoas de diversos setores da sociedade, para discutir caminhos para a superação das carências de representatividade do atual sistema político brasileiro, e a construção de um modelo no qual economia e preservação dos recursos naturais integrem a mesma equação para promover o desenvolvimento.
Neste fim de semana ,ocorrerá o Segundo Encontro Nacional da Nova Política em Belo Horizonte no Museu Inimá de Paula, na rua Da Bahia 1201. O encontro tratará do lançamento do Movimento em Minas Gerais da estruturação dos nossos coletivos e de temas como o Código Florestal, Politica Mineral e Cidades Sustentáveis. O evento é aberto a todos interessados na discussão e construção de uma nova política sustentável e participativa.
Antes do Encontro em BH Marina virá a Lagoa Santa para conhecer os movimentos sociais e as ações em prol da sustentabilidade e lançar o Movimento da Nova Política na cidade.
Já confirmaram presença integrantes dos grupos Preserve a Lagoa, Abrace Lagoa Santa!, Amigos do Visão, Cidadania Transversal, Donas das Quintas, membros do Codema e do Partido Verde e o Subcomitê da Bacia Hidrográfica da Lagoa Central e Córregos do Bebedouro e Jaque .
Participe!
Dia 17/12, sábado, no Cine 9sete entre 8h e 10h da manhã!
Maiores informações:
Lancaster Fernandes - 86719113
Elisa Gazzinelli – 8803-2272
Luciene Reis - 8878-3454
Sebastião Rocha - 9616-4796
Preserve Lagoa Santa - "Um bom lugar para se viver" se lutarmos e defendermos nossos direitos. Blog de cidadãos preocupados com o futuro de Lagoa Santa e o impacto do crescimento sem organização, sem respeito ao meio ambiente e à sua população. E mantemos nossa luta inicial: continuaremos sempre lutando contra a construção de prédios às margens da lagoa santa.
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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
À espera de Marina Silva
Estamos em estado de euforia e ansiedade aguardando a visita de Marina Silva.
Uma iniciativa de Lancaster Fernandes, coordenador do Movimento Marina Silva em Lagoa Santa e o apoio de Zé Fernando e de nossos ambientalistas de plantão, o convite para a vinda de Marina até nossa cidade foi aceito e nesse sábado dia 17 de dezembro, aniversário da cidade Marina vem nos visitar.
Uma injeção de ânimo para uma luta que nos desanima cada dia mais pela sensação de impunidade que as atitudes parciais a respeito da vandalização da cidade tem nos passado.
Que venha Marina e nos encha de esperança, força e disposição para continuarmos lutando por um desenvolvimento sustentável para essa cidade que amamos tanto.
Até sábado!
De 08 às 10 horas, no Espaço 9sete.
Prestigie!
Lagoa Santa merece!
Uma iniciativa de Lancaster Fernandes, coordenador do Movimento Marina Silva em Lagoa Santa e o apoio de Zé Fernando e de nossos ambientalistas de plantão, o convite para a vinda de Marina até nossa cidade foi aceito e nesse sábado dia 17 de dezembro, aniversário da cidade Marina vem nos visitar.
Uma injeção de ânimo para uma luta que nos desanima cada dia mais pela sensação de impunidade que as atitudes parciais a respeito da vandalização da cidade tem nos passado.
Que venha Marina e nos encha de esperança, força e disposição para continuarmos lutando por um desenvolvimento sustentável para essa cidade que amamos tanto.
Até sábado!
De 08 às 10 horas, no Espaço 9sete.
Prestigie!
Lagoa Santa merece!
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Ai, ai, meu Deus, nunca vi casa nova cair
"Ave Maria meu Deus
Ave Maria meu Deus,
nunca vi casa nova cair
Ave Maria meu Deus,
Nunca vi casa nova cair
Nunca vi casa nova cair
eu so vi casa velha cair
Ave Maria meu Deus,
Nunca vi casa nova cair..."
O canto de capoeira nunca viu casa nova cair, mas, algumas pessoas que vivem em solo cárstico, como o nosso, já viram casas novas caírem.
A concentração pró defesa de Lagoa Santa que aconteceu no último sábado dia 13 de agosto no sinal de trânsito do bairro Santos Dumont teve uma repercussão muito, muito positiva.
Apesar de toda a preocupação ambiental que envolvia a concentração, nós do grupo Preserve a Lagoa,juntamente com o Amigos do Visão e Irmandade dos Atores da Pândega, recepcionamos os visitantes e moradores que chegavam por aquela via de acesso com bom humor, descontração e muita informação.
Além das faixas dando informações pontuais, distribuímos um panfleto com dados significativos a respeito do porquê das manifestações ambientais contra a verticalização e a expansão da mineradora Cimentos Liz.
Em linguagem de facil compreensão, de maneira prática fizemos chegar às pessoas que ali passaram toda a preocupação que nos move.
O receio de que pudéssemos ser incompreendidos, até mesmo porque a entrada da cidade vem sendo alvo de publicidade constante das imobiliárias, cujos divulgadores muitas vezes jogam dentro de nossos carros os panfletos e/ou folders de seus empreendimentos, foi infundado. A maioria das pessoas parabenizavam os movimentos, muitas pediam informações a respeito dos dizeres das faixas e até mesmo das informações do panfleto Salve Lagoa Santa.
Esse encontro com o objetivo de informar cada vez mais pessoas a respeito da preciosidade de nossa cidade e do quanto ela vem sendo destruída teve também o apoio dos movimentos Abrace Lagoa Santa e Lagoa Santa Cidadania transversal.
Não vamos parar.
Informação é o que podemos dividir com todos que aqui vêm, seja passear ou morar. Para que cada um possa escolher a sua maneira de conviver com Lagoa Santa.
Esperamos que cada vez mais cresça o número dos que querem cuidar dessa preciosa cidade, dotada de uma beleza ímpar.
Ave Maria, meu Deus, não queremos ver casas cairem....
Ave Maria meu Deus,
nunca vi casa nova cair
Ave Maria meu Deus,
Nunca vi casa nova cair
Nunca vi casa nova cair
eu so vi casa velha cair
Ave Maria meu Deus,
Nunca vi casa nova cair..."
O canto de capoeira nunca viu casa nova cair, mas, algumas pessoas que vivem em solo cárstico, como o nosso, já viram casas novas caírem.
A concentração pró defesa de Lagoa Santa que aconteceu no último sábado dia 13 de agosto no sinal de trânsito do bairro Santos Dumont teve uma repercussão muito, muito positiva.
Apesar de toda a preocupação ambiental que envolvia a concentração, nós do grupo Preserve a Lagoa,juntamente com o Amigos do Visão e Irmandade dos Atores da Pândega, recepcionamos os visitantes e moradores que chegavam por aquela via de acesso com bom humor, descontração e muita informação.
Além das faixas dando informações pontuais, distribuímos um panfleto com dados significativos a respeito do porquê das manifestações ambientais contra a verticalização e a expansão da mineradora Cimentos Liz.
Em linguagem de facil compreensão, de maneira prática fizemos chegar às pessoas que ali passaram toda a preocupação que nos move.
O receio de que pudéssemos ser incompreendidos, até mesmo porque a entrada da cidade vem sendo alvo de publicidade constante das imobiliárias, cujos divulgadores muitas vezes jogam dentro de nossos carros os panfletos e/ou folders de seus empreendimentos, foi infundado. A maioria das pessoas parabenizavam os movimentos, muitas pediam informações a respeito dos dizeres das faixas e até mesmo das informações do panfleto Salve Lagoa Santa.
Esse encontro com o objetivo de informar cada vez mais pessoas a respeito da preciosidade de nossa cidade e do quanto ela vem sendo destruída teve também o apoio dos movimentos Abrace Lagoa Santa e Lagoa Santa Cidadania transversal.
Não vamos parar.
Informação é o que podemos dividir com todos que aqui vêm, seja passear ou morar. Para que cada um possa escolher a sua maneira de conviver com Lagoa Santa.
Esperamos que cada vez mais cresça o número dos que querem cuidar dessa preciosa cidade, dotada de uma beleza ímpar.
Ave Maria, meu Deus, não queremos ver casas cairem....
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
"Há que se cuidar do broto para que a vida nos dê flor e fruto"
Na esteira da mobilização popular em defesa de Lagoa Santa, foi lançado sábado o movimento Lagoa Santa Sã e Salva de iniciativa da engenheira da FIEMG Patrícia Boson e do arquiteto Gustavo Pena.
Convidadas por Patrícia estiveram em sua casa várias pessoas que fazem parte de movimentos ambientalistas já existentes e muitos simpatizantes com a causa de Lagoa Santa.
Todo movimento é bem vindo e bem acolhido quando trata de proteger Lagoa Santa, a sua qualidade de vida e de toda a sua população.
Proteger essa cidade, visto que o que foi e vem sendo planejado sem que a sua população fosse e seja ouvida ou até mesmo em casos extremos, respeitada, não é tarefa fácil.
As opiniões são as mais diversas e acreditamos que, ao contrário do que se possa pensar, a existência de várias opiniões e movimentos é importante porque fala dessa pluralidade de pensamentos e atitudes que tem acontecido e sendo bem trabalhada chegará num consenso do que é melhor para todos. A descentralização de ações, poderes, é a tônica e para isso o mundo está caminhando.
Todos devem ser ouvidos, consultados.
Quanto à opinião do movimento Lagoa Santa Sã e Salva de que devemos caminhar de mãos dadas com o poder público, acredito que mereça uma ressalva: essa atitude de dar as mãos deve ser invertida, o poder público é quem deve dar as mãos à população, visto que eleito por ela como seu representante só se torna legítimo quando acata o interesse, bem estar e defesa dessa população.
O tempo de o poder público achar que sabe o que é melhor, o que deve ser feito, à revelia do seu povo se não acabou vai acabar.
Felizmente.
Bem vindo esse movimento e todos os outros que porventura apareçam.
Bem vindos todos aqueles que independente de pertencerem a um grupo ou entidade se interessem em defender Lagoa Santa e em extensão todo o meio ambiente.
Gostaríamos de tê-los aqui conosco participando, seja com opiniões, ajuda técnica, participação pessoal em nossas mobilizações, ou mesmo acompanhando através do blog e torcendo por nós.
Não podemos deixar de insistir que essa é uma cidade privilegiada pela sua beleza natural, porém frágil pela sua estrutura geológica. É conhecida internacionalmente pela sua importância na área da paleontologia e aqui nasceu a Ecologia Vegetal estudada, inicialmente, pelo cientista Eugênio Warming, que fazia parte da equipe de pesquisas do Dr. Lund.
Venha, Lagoa Santa precisa de todos.
Participe conosco!
Convidadas por Patrícia estiveram em sua casa várias pessoas que fazem parte de movimentos ambientalistas já existentes e muitos simpatizantes com a causa de Lagoa Santa.
Todo movimento é bem vindo e bem acolhido quando trata de proteger Lagoa Santa, a sua qualidade de vida e de toda a sua população.
Proteger essa cidade, visto que o que foi e vem sendo planejado sem que a sua população fosse e seja ouvida ou até mesmo em casos extremos, respeitada, não é tarefa fácil.
As opiniões são as mais diversas e acreditamos que, ao contrário do que se possa pensar, a existência de várias opiniões e movimentos é importante porque fala dessa pluralidade de pensamentos e atitudes que tem acontecido e sendo bem trabalhada chegará num consenso do que é melhor para todos. A descentralização de ações, poderes, é a tônica e para isso o mundo está caminhando.
Todos devem ser ouvidos, consultados.
Quanto à opinião do movimento Lagoa Santa Sã e Salva de que devemos caminhar de mãos dadas com o poder público, acredito que mereça uma ressalva: essa atitude de dar as mãos deve ser invertida, o poder público é quem deve dar as mãos à população, visto que eleito por ela como seu representante só se torna legítimo quando acata o interesse, bem estar e defesa dessa população.
O tempo de o poder público achar que sabe o que é melhor, o que deve ser feito, à revelia do seu povo se não acabou vai acabar.
Felizmente.
Bem vindo esse movimento e todos os outros que porventura apareçam.
Bem vindos todos aqueles que independente de pertencerem a um grupo ou entidade se interessem em defender Lagoa Santa e em extensão todo o meio ambiente.
Gostaríamos de tê-los aqui conosco participando, seja com opiniões, ajuda técnica, participação pessoal em nossas mobilizações, ou mesmo acompanhando através do blog e torcendo por nós.
Não podemos deixar de insistir que essa é uma cidade privilegiada pela sua beleza natural, porém frágil pela sua estrutura geológica. É conhecida internacionalmente pela sua importância na área da paleontologia e aqui nasceu a Ecologia Vegetal estudada, inicialmente, pelo cientista Eugênio Warming, que fazia parte da equipe de pesquisas do Dr. Lund.
Venha, Lagoa Santa precisa de todos.
Participe conosco!
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
SÃO TOMÉ
Temos exaustivamente apresentado trabalhos e pesquisas a respeito do quanto Lagoa Santa é especial através de textos,reuniões e palestras com especilaistas nas áreas pertinentes.
Falado e repetido para os "fazedores de leis" que está nas mãos deles a defesa da cidade.
Exaustivamente temos tentado mostrar que o caminho escolhido pela administração atual é errado e infelizmente irreversível.
Quando falamos de um solo cárstico, que tem como característica a sua fragilidade e consequente movimentação, estamos falando sério.
Quando falamos da riqueza arqueológica, do rico tesouro enterrado em nossa região não estamos brincando.
Mas, a postura São Tomé de todos os envolvidos no processo de desenvolvimento da cidade é preocupante.
Quanto precisarão destruir a cidade para acreditarem que ela é um tesouro encerrado entre as famosas montanhas de Minas Gerais?
Quanto precisaremos gritar, nos mobilizarmos para tentar sensibilizar os responsáveis por essa destruição?
Enquanto a administração municipal e todos aqueles que a apóiam desprezam informações sérias e adotam uma postura de São Tomé correremos muitos riscos.
E aqui vão algumas imagens de acidentes em solo cárstico, sendo que as de Cajamar (1996) e a de Sete Lagoas(1988) foram cedidas pela professora Maria Giovana Parizzi.
Para aqueles que precisam "ver para crer”.
https://picasaweb.google.com/107341825034904694838/ACIDENTESNOCARSTE?authkey=Gv1sRgCO6Em53J4u-adQ#
Falado e repetido para os "fazedores de leis" que está nas mãos deles a defesa da cidade.
Exaustivamente temos tentado mostrar que o caminho escolhido pela administração atual é errado e infelizmente irreversível.
Quando falamos de um solo cárstico, que tem como característica a sua fragilidade e consequente movimentação, estamos falando sério.
Quando falamos da riqueza arqueológica, do rico tesouro enterrado em nossa região não estamos brincando.
Mas, a postura São Tomé de todos os envolvidos no processo de desenvolvimento da cidade é preocupante.
Quanto precisarão destruir a cidade para acreditarem que ela é um tesouro encerrado entre as famosas montanhas de Minas Gerais?
Quanto precisaremos gritar, nos mobilizarmos para tentar sensibilizar os responsáveis por essa destruição?
Enquanto a administração municipal e todos aqueles que a apóiam desprezam informações sérias e adotam uma postura de São Tomé correremos muitos riscos.
E aqui vão algumas imagens de acidentes em solo cárstico, sendo que as de Cajamar (1996) e a de Sete Lagoas(1988) foram cedidas pela professora Maria Giovana Parizzi.
Para aqueles que precisam "ver para crer”.
https://picasaweb.google.com/107341825034904694838/ACIDENTESNOCARSTE?authkey=Gv1sRgCO6Em53J4u-adQ#
terça-feira, 5 de julho de 2011
Administração pública - o mal de Alzheimer?
Todos nós já tivemos contato com o mal de Alzheimer, na figura de um parente, parente de amigos, conhecidos.
O mal de Alzheimer, esse inimigo silencioso que chega e mata sem matar. As vítimas desse mal permanecem biologicamente vivas, porém lhes são tiradas as lembranças, lhes é roubada a memória. Existem sem saber que existem, não reconhecem quem as rodeia, são incapazes de demonstrar o afeto que por anos sentiram, passam a ser uma miragem das pessoas que um dia foram.
Sem memória não interagem. Vegetam.
Esse mal que rouba a memória, que apaga tudo que nos é precioso, apaga para suas vítimas tudo que as tornaram as pessoas que se fizeram amar.
“A Doença de Alzheimer é uma doença do cérebro, degenerativa, isto é, que produz atrofia, é progressiva, com início mais freqüente após os 65 anos, que produz a perda das habilidades de pensar, raciocinar, memorizar, que afeta as áreas da linguagem e produz alterações no comportamento.”
Ora, se aplicarmos esse conceito ao comportamento da nossa administração pública veremos que ela age muito semelhante ao mal de Alzheimer.
Ela está apagando a memória da cidade destruindo patrimônios ou permitindo que destruam. Quando se permite alterações no patrimônio histórico, em imóveis tombados, o nível de agressão à história (memória) da cidade e de seu povo é enorme, porque eles são, publicamente, o registro das gerações que ali passaram, do seu trabalho, de sua maneira de viver. É fácil identificar características do povo de um lugar pelo que podemos ver no que se preserva de sua história.
Irônico pensar que muitos responsáveis por essa destruição, quando saem em férias decerto se extasiam diante dos monumentos históricos, grandes registros da história da civilização, espalhados pelo mundo.
Encantam-se com a história dos outros e permitem que destruam a sua própria.
Ao mesmo tempo em que a administração pública destrói a memória do povo ela está reduzindo a sua capacidade de pensar, raciocinar. Pessoas menos esclarecidas acreditam quando os nossos administradores fazem de conta que toda essa orgia imobiliária é progresso.
E a desordem que reina aqui, acreditem, já está produzindo grandes alterações de comportamento. Vejam um exemplo disso: os motoristas da empresa de transporte coletivo da cidade, empresa que todos sabemos, tem grande ligação com o poder público, já estão alterados com a nova dinâmica do trânsito. A memória deles talvez ainda seja a do tempo em que podiam circular pela cidade traqnuilamente, sem que tivessem que parar para esperar um carro estacionar numa quase impossível vaga, e quando isso acontece eles se alteram e ficam agressivos. Comportamento típico de memórias alteradas pelo Alzheimer.
Só não podemos nos esquecer que, infelizmente, muitas vezes, o Alzheimer não é o único mal que destrói a memória de uma pessoa.
Existe outro mal, que vem descrito como crescimento desordenado de células que também pode afetar e destruir a memória. Células cancerosas são aquelas que se multiplicam desordenadamente.
Não sei a qual dos dois tipos de mal podemos associar com mais precisão a nossa administração pública.
Mas, segundo um dos pioneiros da medicina (registrado na memória da ciência) se um cachorro pode ter pulgas e carrapatos, os homens podem ter duas doenças.
Lagoa Santa está com duas doenças.
O mal de Alzheimer, esse inimigo silencioso que chega e mata sem matar. As vítimas desse mal permanecem biologicamente vivas, porém lhes são tiradas as lembranças, lhes é roubada a memória. Existem sem saber que existem, não reconhecem quem as rodeia, são incapazes de demonstrar o afeto que por anos sentiram, passam a ser uma miragem das pessoas que um dia foram.
Sem memória não interagem. Vegetam.
Esse mal que rouba a memória, que apaga tudo que nos é precioso, apaga para suas vítimas tudo que as tornaram as pessoas que se fizeram amar.
“A Doença de Alzheimer é uma doença do cérebro, degenerativa, isto é, que produz atrofia, é progressiva, com início mais freqüente após os 65 anos, que produz a perda das habilidades de pensar, raciocinar, memorizar, que afeta as áreas da linguagem e produz alterações no comportamento.”
Ora, se aplicarmos esse conceito ao comportamento da nossa administração pública veremos que ela age muito semelhante ao mal de Alzheimer.
Ela está apagando a memória da cidade destruindo patrimônios ou permitindo que destruam. Quando se permite alterações no patrimônio histórico, em imóveis tombados, o nível de agressão à história (memória) da cidade e de seu povo é enorme, porque eles são, publicamente, o registro das gerações que ali passaram, do seu trabalho, de sua maneira de viver. É fácil identificar características do povo de um lugar pelo que podemos ver no que se preserva de sua história.
Irônico pensar que muitos responsáveis por essa destruição, quando saem em férias decerto se extasiam diante dos monumentos históricos, grandes registros da história da civilização, espalhados pelo mundo.
Encantam-se com a história dos outros e permitem que destruam a sua própria.
Ao mesmo tempo em que a administração pública destrói a memória do povo ela está reduzindo a sua capacidade de pensar, raciocinar. Pessoas menos esclarecidas acreditam quando os nossos administradores fazem de conta que toda essa orgia imobiliária é progresso.
E a desordem que reina aqui, acreditem, já está produzindo grandes alterações de comportamento. Vejam um exemplo disso: os motoristas da empresa de transporte coletivo da cidade, empresa que todos sabemos, tem grande ligação com o poder público, já estão alterados com a nova dinâmica do trânsito. A memória deles talvez ainda seja a do tempo em que podiam circular pela cidade traqnuilamente, sem que tivessem que parar para esperar um carro estacionar numa quase impossível vaga, e quando isso acontece eles se alteram e ficam agressivos. Comportamento típico de memórias alteradas pelo Alzheimer.
Só não podemos nos esquecer que, infelizmente, muitas vezes, o Alzheimer não é o único mal que destrói a memória de uma pessoa.
Existe outro mal, que vem descrito como crescimento desordenado de células que também pode afetar e destruir a memória. Células cancerosas são aquelas que se multiplicam desordenadamente.
Não sei a qual dos dois tipos de mal podemos associar com mais precisão a nossa administração pública.
Mas, segundo um dos pioneiros da medicina (registrado na memória da ciência) se um cachorro pode ter pulgas e carrapatos, os homens podem ter duas doenças.
Lagoa Santa está com duas doenças.
domingo, 19 de junho de 2011
"A PELEJA DO VISÃO CONTRA A CAVA DA AMBIÇÃO"
Mais uma vez o talento de João das Neves vem em defesa de Lagoa Santa em forma de cordel.
Depois do sucesso de "A peleja do Bom Cidadão contra a Maldita Gula" ele escreveu "A PELEJA DO VISÃO CONTRA A CAVA DA AMBIÇÃO".
Em primeira mão para o Preserve a Lagoa:
A PELEJA DO VISÃO CONTRA A CAVA DA AMBIÇÃO
Outra história, meus amigos
Este poeta lhes conta
História bela de luta,
Não de qualquer faz de conta.
História de um povo que diz
Nestas costas ninguém monta.
Os fatos já são antigos
Por muitos ignorados.
Vou narrando todos eles
Pois merecem ser lembrados.
Muitos deles são ruins
Mas os bons serão louvados.
Deu-se tudo nessa terra,
Que parece um paraíso.
De uma beleza tão grande
Que faz perder o juízo,
Que faz da dor alegria
E das lágrimas sorrisos.
Pois bem, lhes digo, senhores
E senhoras, atenção
Para os versos de um poeta
Que vem da população
E por amar esta terra
Lhes fala de coração.
Dizem que dentro da História
Histórias não se repetem
Mas que os fatos de um dia
A outros dias remetem
E que pensar no passado
Aos do presente compete.
E é por isso que outro dia
Numa grande reunião
Que juntou foi muita gente
Habitante do Visão
Este poeta gritou:
Viva, do povo, a união!
Pois não é que lá estavam
Juntos, alguns doutores
Pra tratar de uma disputa
Entre os que são moradores
E aqueles que se dizem
Desta terra benfeitores?
Mas como diz o ditado,
Cada vez mais popular,
Pobre que vê muita esmola
Se põe a desconfiar,
Pois quem lhe tira do bolso
Não está disposto a lhe dar.
Assim, quem rouba a saúde
Poluindo o ar e o solo
Pra riqueza acumular
Não vai me dar por consolo
Um chalé a beira mar.
Só se pensa que eu sou tolo.
Pra que o meu caro leitor
Diga se estou ou não certo
Vou narrar tudo que ouvi
Na reunião, bem de perto.
E assim, tim tim por tim tim
Lhes conto os fatos concretos.
O Visão, todos já sabem,
É um bairro populoso
Que fica em Lagoa Santa
Lugar pra lá de formoso
Que é por Deus abençoado
E pro Capeta, danoso.
Bem do lado do Visão
Existe um buraco enorme.
E este buraco, não há
Quem com ele se conforme,
Pois embora cheio d’água
Lambari ali não dorme.
O caso é que o tal buraco
Foi cavado pra colher
O minério de calcário
E em cimento converter.
Parabéns, disseram muitos,
Nós precisamos crescer.
Passando os anos se foram
E o tal sempre aumentava
Quanto mais ele se abria
Mais polêmicas causava
Pois se o cimento saia
A destruição só entrava.
Pra começar acabou
Com nosso belo cerrado.
- Não se incomodem, disseram,
Tudo por nós foi pensado.
No lugar do que se foi
Um novo será plantado!
Mas não foi o que se deu
E todos ali testemunham
O pequi virou sansão
Não foi isso o que propunham
Na maior desfaçatez
A bandeira verde empunham.
Região de transição
Do cerrado à mata Atlântica,
Só plantaram eucalipto,
Assassinaram a semântica
Destruindo o que era belo
Com esta ação tão tirânica.
Mas tem mais, tem muito mais
Pros que quiserem saber:
Lagoa Santa foi berço
Do homem no alvorecer
Sua riqueza arqueológica
Todos querem conhecer.
Pois justamente no sítio
Em que cavaram o buraco
Aos trancos, sem ter cuidado
Fazendo o maior estrago
Há milênios se abrigaram
Os nossos antepassados.
Uma perda irreparável
Pra ciência universal
Causada pela ganância
De tamanho sem igual
Que só entende de cifras
Trocando o bem pelo mal.
-Ora, o passado passou,
Disseram em coro ensaiado,
Nós olhamos pro futuro
O caso está encerrado
Pois quem pensa no antanho
Está morto e enterrado.
Apois, vejam os senhores
A que ponto se chegou
Atitudes como essa
A todos nos revoltou.
Mas não foi a gota d`água.
Que do copo transbordou.
Pois um copo só transborda
Quando uma gota se junta
A miríades de outras mais
E quando a nova se afunda
A água toda se agita
E a revolta se aprofunda.
Pois foi justo o que se deu
Nessa noite memorável
Pois do Visão, várias mãos
De maneira admirável,
A outras mãos se juntaram
Numa união invejável.
Santos Dumont, São Geraldo
Também da Várzea e Joá
Tinha gente da Lapinha
O povo todo de lá
Lundicéia e Palmital
Unido ao povo de cá.
Praia Angélica, Recanto
Foram lá testemunhar
Vila Maria, Fagundes
Não podiam, então, faltar
E lá foram com sua gente
O protesto levantar.
Pois não é que a cimenteira
Com explosões criminosas
Pra aumentar sua cava
De maneira pavorosa
Tava rachando as casas
Da gente que ali morava!
Tudo isso pra dobrar
O tamanho do buraco
De maneira irregular
Sem pensar no grande risco
De tudo ali desabar
E em tragédia acabar.
Pois a cava, pasmem todos,
Que pretendem aprofundar
Fica a menos de cem metros
Das casas que há por lá
Que correm grande perigo
De um dia desmoronar.
As rachaduras são grandes
Já se pode apreciar
Sem contar o barulhão
Que não dá pra agüentar
Da diuturna explosão
Pra tal cava alargar.
Veja bem, caro leitor,
O que disse a cimenteira
Que na verdade ela via
Tudo de outra maneira
Que barulho não havia
E muito menos poeira.
Que não havia um estudo sério
Provando haver malefício
Para a saúde e o ambiente.
Ao contrário, o benefício,
Era visto a olho nu
Por quem era douto no ofício.
E por seu representante
A cimenteira afirmou
Ser lá dentro o ar tão puro
Que seu dono ali morou
Morrendo bem satisfeito
Depois que rico ficou.
Mas um velho morador
Um senhor bem ponderado
De pronto lhe respondeu
Dizendo estar enganado
Pois o ar era tão sujo
Que o povo tava gripado.
Disse mais este senhor
Que há muito tempo havia
Na região muita água
E que a cava absorvia
Toda água que brotava
Com sua grande bacia.
E que ao ser duplicada
Outro perigo haveria
De a própria Lagoa Grande
Tarde ou cedo, algum dia,
Com tanta depredação
Tornar-se de águas, vazia.
Houve, então, como é normal
Acirrada discussão
Entre os donos do cimento
E toda a população
E foi bonito de ver
Todo o povo dizer: Não!
Não queremos mais buraco
Não queremos explosão
Não queremos rachaduras
Tampouco poluição
Que provoca em nossos filhos
Gripe, dor, constipação.
Não queremos mais doenças
Em seu pequeno pulmão
Não queremos sofrimentos
Pro seu frágil coração
Não queremos ter aqui
Os males de Cubatão.
Na fala das mães aflitas
Todos puderam aprender
Como é bonita a firmeza.
Que dizer “não” pode ser
Um jeito de dizer “sim”
Para o ato de viver.
E que a vida faz sentido
Quando a vida é protegida
Quando a água que se bebe
É pura, despoluída
Sendo o ar que se respira
Puro símbolo da vida.
Digo mais, caros amigos,
Pra encerrar a narração
Com uma bela advertência
A quem faz mineração
De um doutor cientista
Que estava na reunião.
Disse que as mineradoras
Devem mudar de atitude
Que o que se fez no passado
Só foi feito em virtude
Do hábito de se enganar
Quem com aparências se ilude.
Mas que agora toda gente
Conhece bem seus direitos
E não adianta afirmar
Que o mal feito é bem feito
Pois o povo hoje exige
Que lhe demonstrem respeito.
Que se a nossa prefeitura
Respeitasse sua gente
Seria ela a primeira
A mostrar-se descontente
E não fingir que não vê
Mostrando ser conivente.
Pois quem trilha o mau caminho
Um dia há de pagar
Quem se ilude com o poder
Esquece de avaliar
Que é do povo que ele emana.
E o povo sabe cobrar.
Já vou indo, meus amigos
Ouçam bem o que lhes digo
Todos que ali estiveram
Abraçaram a bela causa
Do Visão. E abençoaram
As coisas que foram ditas
Sem rancor e aleivosia.
Não se vive só de lucro
E tampouco o bom progresso
Viaja só pela estrada
Estreita da velha cobiça.
Saúde, paz e alegria.
Depois do sucesso de "A peleja do Bom Cidadão contra a Maldita Gula" ele escreveu "A PELEJA DO VISÃO CONTRA A CAVA DA AMBIÇÃO".
Em primeira mão para o Preserve a Lagoa:
A PELEJA DO VISÃO CONTRA A CAVA DA AMBIÇÃO
Outra história, meus amigos
Este poeta lhes conta
História bela de luta,
Não de qualquer faz de conta.
História de um povo que diz
Nestas costas ninguém monta.
Os fatos já são antigos
Por muitos ignorados.
Vou narrando todos eles
Pois merecem ser lembrados.
Muitos deles são ruins
Mas os bons serão louvados.
Deu-se tudo nessa terra,
Que parece um paraíso.
De uma beleza tão grande
Que faz perder o juízo,
Que faz da dor alegria
E das lágrimas sorrisos.
Pois bem, lhes digo, senhores
E senhoras, atenção
Para os versos de um poeta
Que vem da população
E por amar esta terra
Lhes fala de coração.
Dizem que dentro da História
Histórias não se repetem
Mas que os fatos de um dia
A outros dias remetem
E que pensar no passado
Aos do presente compete.
E é por isso que outro dia
Numa grande reunião
Que juntou foi muita gente
Habitante do Visão
Este poeta gritou:
Viva, do povo, a união!
Pois não é que lá estavam
Juntos, alguns doutores
Pra tratar de uma disputa
Entre os que são moradores
E aqueles que se dizem
Desta terra benfeitores?
Mas como diz o ditado,
Cada vez mais popular,
Pobre que vê muita esmola
Se põe a desconfiar,
Pois quem lhe tira do bolso
Não está disposto a lhe dar.
Assim, quem rouba a saúde
Poluindo o ar e o solo
Pra riqueza acumular
Não vai me dar por consolo
Um chalé a beira mar.
Só se pensa que eu sou tolo.
Pra que o meu caro leitor
Diga se estou ou não certo
Vou narrar tudo que ouvi
Na reunião, bem de perto.
E assim, tim tim por tim tim
Lhes conto os fatos concretos.
O Visão, todos já sabem,
É um bairro populoso
Que fica em Lagoa Santa
Lugar pra lá de formoso
Que é por Deus abençoado
E pro Capeta, danoso.
Bem do lado do Visão
Existe um buraco enorme.
E este buraco, não há
Quem com ele se conforme,
Pois embora cheio d’água
Lambari ali não dorme.
O caso é que o tal buraco
Foi cavado pra colher
O minério de calcário
E em cimento converter.
Parabéns, disseram muitos,
Nós precisamos crescer.
Passando os anos se foram
E o tal sempre aumentava
Quanto mais ele se abria
Mais polêmicas causava
Pois se o cimento saia
A destruição só entrava.
Pra começar acabou
Com nosso belo cerrado.
- Não se incomodem, disseram,
Tudo por nós foi pensado.
No lugar do que se foi
Um novo será plantado!
Mas não foi o que se deu
E todos ali testemunham
O pequi virou sansão
Não foi isso o que propunham
Na maior desfaçatez
A bandeira verde empunham.
Região de transição
Do cerrado à mata Atlântica,
Só plantaram eucalipto,
Assassinaram a semântica
Destruindo o que era belo
Com esta ação tão tirânica.
Mas tem mais, tem muito mais
Pros que quiserem saber:
Lagoa Santa foi berço
Do homem no alvorecer
Sua riqueza arqueológica
Todos querem conhecer.
Pois justamente no sítio
Em que cavaram o buraco
Aos trancos, sem ter cuidado
Fazendo o maior estrago
Há milênios se abrigaram
Os nossos antepassados.
Uma perda irreparável
Pra ciência universal
Causada pela ganância
De tamanho sem igual
Que só entende de cifras
Trocando o bem pelo mal.
-Ora, o passado passou,
Disseram em coro ensaiado,
Nós olhamos pro futuro
O caso está encerrado
Pois quem pensa no antanho
Está morto e enterrado.
Apois, vejam os senhores
A que ponto se chegou
Atitudes como essa
A todos nos revoltou.
Mas não foi a gota d`água.
Que do copo transbordou.
Pois um copo só transborda
Quando uma gota se junta
A miríades de outras mais
E quando a nova se afunda
A água toda se agita
E a revolta se aprofunda.
Pois foi justo o que se deu
Nessa noite memorável
Pois do Visão, várias mãos
De maneira admirável,
A outras mãos se juntaram
Numa união invejável.
Santos Dumont, São Geraldo
Também da Várzea e Joá
Tinha gente da Lapinha
O povo todo de lá
Lundicéia e Palmital
Unido ao povo de cá.
Praia Angélica, Recanto
Foram lá testemunhar
Vila Maria, Fagundes
Não podiam, então, faltar
E lá foram com sua gente
O protesto levantar.
Pois não é que a cimenteira
Com explosões criminosas
Pra aumentar sua cava
De maneira pavorosa
Tava rachando as casas
Da gente que ali morava!
Tudo isso pra dobrar
O tamanho do buraco
De maneira irregular
Sem pensar no grande risco
De tudo ali desabar
E em tragédia acabar.
Pois a cava, pasmem todos,
Que pretendem aprofundar
Fica a menos de cem metros
Das casas que há por lá
Que correm grande perigo
De um dia desmoronar.
As rachaduras são grandes
Já se pode apreciar
Sem contar o barulhão
Que não dá pra agüentar
Da diuturna explosão
Pra tal cava alargar.
Veja bem, caro leitor,
O que disse a cimenteira
Que na verdade ela via
Tudo de outra maneira
Que barulho não havia
E muito menos poeira.
Que não havia um estudo sério
Provando haver malefício
Para a saúde e o ambiente.
Ao contrário, o benefício,
Era visto a olho nu
Por quem era douto no ofício.
E por seu representante
A cimenteira afirmou
Ser lá dentro o ar tão puro
Que seu dono ali morou
Morrendo bem satisfeito
Depois que rico ficou.
Mas um velho morador
Um senhor bem ponderado
De pronto lhe respondeu
Dizendo estar enganado
Pois o ar era tão sujo
Que o povo tava gripado.
Disse mais este senhor
Que há muito tempo havia
Na região muita água
E que a cava absorvia
Toda água que brotava
Com sua grande bacia.
E que ao ser duplicada
Outro perigo haveria
De a própria Lagoa Grande
Tarde ou cedo, algum dia,
Com tanta depredação
Tornar-se de águas, vazia.
Houve, então, como é normal
Acirrada discussão
Entre os donos do cimento
E toda a população
E foi bonito de ver
Todo o povo dizer: Não!
Não queremos mais buraco
Não queremos explosão
Não queremos rachaduras
Tampouco poluição
Que provoca em nossos filhos
Gripe, dor, constipação.
Não queremos mais doenças
Em seu pequeno pulmão
Não queremos sofrimentos
Pro seu frágil coração
Não queremos ter aqui
Os males de Cubatão.
Na fala das mães aflitas
Todos puderam aprender
Como é bonita a firmeza.
Que dizer “não” pode ser
Um jeito de dizer “sim”
Para o ato de viver.
E que a vida faz sentido
Quando a vida é protegida
Quando a água que se bebe
É pura, despoluída
Sendo o ar que se respira
Puro símbolo da vida.
Digo mais, caros amigos,
Pra encerrar a narração
Com uma bela advertência
A quem faz mineração
De um doutor cientista
Que estava na reunião.
Disse que as mineradoras
Devem mudar de atitude
Que o que se fez no passado
Só foi feito em virtude
Do hábito de se enganar
Quem com aparências se ilude.
Mas que agora toda gente
Conhece bem seus direitos
E não adianta afirmar
Que o mal feito é bem feito
Pois o povo hoje exige
Que lhe demonstrem respeito.
Que se a nossa prefeitura
Respeitasse sua gente
Seria ela a primeira
A mostrar-se descontente
E não fingir que não vê
Mostrando ser conivente.
Pois quem trilha o mau caminho
Um dia há de pagar
Quem se ilude com o poder
Esquece de avaliar
Que é do povo que ele emana.
E o povo sabe cobrar.
Já vou indo, meus amigos
Ouçam bem o que lhes digo
Todos que ali estiveram
Abraçaram a bela causa
Do Visão. E abençoaram
As coisas que foram ditas
Sem rancor e aleivosia.
Não se vive só de lucro
E tampouco o bom progresso
Viaja só pela estrada
Estreita da velha cobiça.
Saúde, paz e alegria.
terça-feira, 7 de junho de 2011
A coerência dos incoerentes
Acreditar no que se quer acreditar é uma medida antiga para se tapar os olhos para a realidade que muitas vezes é cruel ou para alguns justificarem suas duvidosas atitudes.
Em matéria publicada recentemente em Lagoa Santa, algumas pessoas rotuladas de ambientalistas foram chamadas de incoerentes pela denúncia que fizeram da supressão de árvores e vegetação na margem da lagoa central à esquerda do Iate:
"Incoerência:
- Ambientalistas e simpatizantes lutaram e conseguiram interromper na justiça a construção de um hotel com fundo para a margem da lagoa, que fica a 100 metros de outro hotel com mais de 100 aptos - administrado pela rede ------- - alegando que a vista e paisagem da lagoa também é um patrimônio público e está incorporada no tombamento da lagoa central.
- É de se estranhar que ambientalistas denunciaram ao MP a limpeza do Iate e conseguiram embargar a continuidade da capina e poda das árvores, que, estas sim, agrediam a nossa paisagem."
Como são coerentes essas pessoas que resolveram assumir a defesa da depredação da nossa cidade. Elas realmente acreditam no que dizem: dizer que árvores AGRIDEM A NOSSA PAISAGEM é ser realmente coerente com a defesa que fazem da destruição delas.
Num outro momento e me parece que numa outra publicação disseram que o que foi cortado ali era braquiária.
Prestem atenção: num primeiro momento eram árvores agressivas, e depois, capim.
Onde anda a coerência ?!?
Porém, caros interessados na defesa do meio ambiente, e de tudo o mais que precisa ser defendido em Lagoa Santa, quando toda essa luta chamada de “coisa de ambientalistas” começou a maneira como essas pessoas interessadas na preservação ambiental, patrimonial e cultural de Lagoa Santa se posicionaram foi a seguinte: nada será feito nem dito sem que sejam realizadas consultas nos órgãos responsáveis e a pessoas capacitadas e sérias no seu trabalho.
Então, quando se denunciou (em tempo: infelizmente não fui eu quem fez a denúncia, mas adoraria ter feito) não se fez por implicância com isso ou aquilo. Fez-se por completa coerência com o que sabem ser o correto e o que precisa ser defendido e com o que acreditam.
E o que a Polícia Ambiental viu e registrou com fotos, GPS e tudo o mais que lhe capacita não foi corte de braquiária. Árvores enormes, porém sem nenhum traço de agressividade à paisagem, foram suprimidas e acreditem: destocadas. E tudo de um jeito que não aparecesse muito como estava sendo feito. Essa agressão verdadeira foi feita na área de 1700m² à esquerda do Iate, onde, segundo a perita ambiental e Professora Ângela Gomes, que esteve fazendo vistoria no local a serviço do MP, estava se recuperando a vegetação remanescente da lagoa.
Quem não viu troncos cortados e empilhados na área foi porque virou a cabeça para o outro lado ou porque não se importa mesmo com o que acontece.
Porém, algumas pessoas viram e essas sabem que árvore não é capim ou pelo menos não querem acreditar que seja.
E sabem que quem corta árvores precisa estar licenciado; que quem corta árvores de áreas de preservação precisa ser coerentemente punido, como também deveriam ser aqueles que fazem a defesa dos verdadeiros agressores.
Publicar matérias cobertas de incoerência para tentar enganar as pessoas é de fato, coerente com a postura de quem não se incomoda com o que diz.
Para ficar claro, reproduzo abaixo um trecho do IPAC/LAGOA SANTA, disponível no IEPHA:
“Inventário de Proteção do Acervo Cultural – IPAC
Pág. 123 de 156
17. Medidas de conservação
(...) Deve-se preservar o cerrado e as espécies de flora nativa remanescente às margens da Lagoa, assim como os poucos fragmentos de matas secundárias e ciliares. Para sua eficácia, indica-se que estas sejam cercadas para melhor preservação das mesmas de maneira a reduzir o processo erosivo.
Além do mais, julga-se necessário evitar a ocupação predatória no seu entorno, principalmente para a manutenção de recarga hídrica deste marco hidrográfico e paisagístico.
IPAC/Lagoa Santa
Abril/2009 pasta 3 de 10
Quadro II (pasta 3)
IEPHA”
O inventário citado foi feito, a pedido da prefeitura, por profissionais capacitados e que sabem distinguir braquiária de árvores.
É por causa desse inventário, da sua legitimidade e dos demais documentos que se encontram no IEPHA, que a Prefeitura consegue receber o ICMS cultural da cidade.
Em matéria publicada recentemente em Lagoa Santa, algumas pessoas rotuladas de ambientalistas foram chamadas de incoerentes pela denúncia que fizeram da supressão de árvores e vegetação na margem da lagoa central à esquerda do Iate:
"Incoerência:
- Ambientalistas e simpatizantes lutaram e conseguiram interromper na justiça a construção de um hotel com fundo para a margem da lagoa, que fica a 100 metros de outro hotel com mais de 100 aptos - administrado pela rede ------- - alegando que a vista e paisagem da lagoa também é um patrimônio público e está incorporada no tombamento da lagoa central.
- É de se estranhar que ambientalistas denunciaram ao MP a limpeza do Iate e conseguiram embargar a continuidade da capina e poda das árvores, que, estas sim, agrediam a nossa paisagem."
Como são coerentes essas pessoas que resolveram assumir a defesa da depredação da nossa cidade. Elas realmente acreditam no que dizem: dizer que árvores AGRIDEM A NOSSA PAISAGEM é ser realmente coerente com a defesa que fazem da destruição delas.
Num outro momento e me parece que numa outra publicação disseram que o que foi cortado ali era braquiária.
Prestem atenção: num primeiro momento eram árvores agressivas, e depois, capim.
Onde anda a coerência ?!?
Porém, caros interessados na defesa do meio ambiente, e de tudo o mais que precisa ser defendido em Lagoa Santa, quando toda essa luta chamada de “coisa de ambientalistas” começou a maneira como essas pessoas interessadas na preservação ambiental, patrimonial e cultural de Lagoa Santa se posicionaram foi a seguinte: nada será feito nem dito sem que sejam realizadas consultas nos órgãos responsáveis e a pessoas capacitadas e sérias no seu trabalho.
Então, quando se denunciou (em tempo: infelizmente não fui eu quem fez a denúncia, mas adoraria ter feito) não se fez por implicância com isso ou aquilo. Fez-se por completa coerência com o que sabem ser o correto e o que precisa ser defendido e com o que acreditam.
E o que a Polícia Ambiental viu e registrou com fotos, GPS e tudo o mais que lhe capacita não foi corte de braquiária. Árvores enormes, porém sem nenhum traço de agressividade à paisagem, foram suprimidas e acreditem: destocadas. E tudo de um jeito que não aparecesse muito como estava sendo feito. Essa agressão verdadeira foi feita na área de 1700m² à esquerda do Iate, onde, segundo a perita ambiental e Professora Ângela Gomes, que esteve fazendo vistoria no local a serviço do MP, estava se recuperando a vegetação remanescente da lagoa.
Quem não viu troncos cortados e empilhados na área foi porque virou a cabeça para o outro lado ou porque não se importa mesmo com o que acontece.
Porém, algumas pessoas viram e essas sabem que árvore não é capim ou pelo menos não querem acreditar que seja.
E sabem que quem corta árvores precisa estar licenciado; que quem corta árvores de áreas de preservação precisa ser coerentemente punido, como também deveriam ser aqueles que fazem a defesa dos verdadeiros agressores.
Publicar matérias cobertas de incoerência para tentar enganar as pessoas é de fato, coerente com a postura de quem não se incomoda com o que diz.
Para ficar claro, reproduzo abaixo um trecho do IPAC/LAGOA SANTA, disponível no IEPHA:
“Inventário de Proteção do Acervo Cultural – IPAC
Pág. 123 de 156
17. Medidas de conservação
(...) Deve-se preservar o cerrado e as espécies de flora nativa remanescente às margens da Lagoa, assim como os poucos fragmentos de matas secundárias e ciliares. Para sua eficácia, indica-se que estas sejam cercadas para melhor preservação das mesmas de maneira a reduzir o processo erosivo.
Além do mais, julga-se necessário evitar a ocupação predatória no seu entorno, principalmente para a manutenção de recarga hídrica deste marco hidrográfico e paisagístico.
IPAC/Lagoa Santa
Abril/2009 pasta 3 de 10
Quadro II (pasta 3)
IEPHA”
O inventário citado foi feito, a pedido da prefeitura, por profissionais capacitados e que sabem distinguir braquiária de árvores.
É por causa desse inventário, da sua legitimidade e dos demais documentos que se encontram no IEPHA, que a Prefeitura consegue receber o ICMS cultural da cidade.
quarta-feira, 11 de maio de 2011
AUDIÊNCIA DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS EM LAGOA SANTA
Mais uma vez a Comissão de Direitos Humanos da ALMG ampara Lagoa Santa, agora em um momento em que o desrespeito a cada cidadão se apresenta sob a forma de mau uso do poder econômico, abuso de poder das autoridades e agressão ao meio ambiente.
A Soeicon - Cimentos Liz - na sua proposta de crescimento, amparada pelas autoridades que lhe concederam licenças - no mínimo absurdas - ignora o cidadão, o meio ambiente, o patrimônio cultural de Lagoa Santa e o tesouro arqueológico guardado aqui.
Lagoa Santa é impar nessa região. Guarda um tesouro arqueológico incomparável, preservava fauna e flora citadas em obras clássicas, está presente nos registros do nascimento da ecologia vegetal, tem um solo raro e precioso. Ela precisa de cuidados.
Expandir é a tônica para eles e, com certeza incentivados pelo governo estadual que acha que precisa inflar a nossa região do que eles chamam de "desenvolvimento e progresso", se fantasiam de rolo compressor e tentam passar por cima de nossas reinvindicações.
Não queremos mais ser ignorados.
Vamos lutar pela qualidade de vida de nossa cidade, de nossos filhos, parentes e amigos.
Queremos que o ar de Lagoa Santa continue a ser o mesmo que era quando ela foi escolhida pela qualidade do seu ar para o tratamento de pessoas com doenças respiratórias, queremos que os nossos amigos possam viver em suas casas com a tranquilidade que sempre tivemos, sem que explosões sucessivas, diárias, trinquem suas casas e coloquem em risco seu patrimônio e suas famílias.
Queremos a nossa lagoa central preservada, sem que a perfuração de uma cava, adequada ao grande crescimento da empresa, coloque em risco a sua existência.
Chega de acharem que sansão do campo encobre a feiúra e a degradação de uma região para que o extrativismo predatório possa tentar passar incólume.
Chega de ilustres predadores usarem e abusarem das nossas cidades nos desrespeitando, e à região, nomeando-nos "Vetor Norte" como se não existíssemos enquanto cidadãos, como se fôssemos uma massa disforme escondida pelos números dos que estão lucrando com essa depredação.
Gostaria de convida-los para a audiência pública que deve se realizar no dia 25 de maio em Lagoa Santa, às 19:00 hs no Clube dos servidores da polícia civil do estado de MG, bairro Aeronautas - LS.
Vamos nos empenhar para comparecer e participar.
Precisamos de divulgação.
Precisamos do seu apoio.
Compareça e divulgue.
A Soeicon - Cimentos Liz - na sua proposta de crescimento, amparada pelas autoridades que lhe concederam licenças - no mínimo absurdas - ignora o cidadão, o meio ambiente, o patrimônio cultural de Lagoa Santa e o tesouro arqueológico guardado aqui.
Lagoa Santa é impar nessa região. Guarda um tesouro arqueológico incomparável, preservava fauna e flora citadas em obras clássicas, está presente nos registros do nascimento da ecologia vegetal, tem um solo raro e precioso. Ela precisa de cuidados.
Expandir é a tônica para eles e, com certeza incentivados pelo governo estadual que acha que precisa inflar a nossa região do que eles chamam de "desenvolvimento e progresso", se fantasiam de rolo compressor e tentam passar por cima de nossas reinvindicações.
Não queremos mais ser ignorados.
Vamos lutar pela qualidade de vida de nossa cidade, de nossos filhos, parentes e amigos.
Queremos que o ar de Lagoa Santa continue a ser o mesmo que era quando ela foi escolhida pela qualidade do seu ar para o tratamento de pessoas com doenças respiratórias, queremos que os nossos amigos possam viver em suas casas com a tranquilidade que sempre tivemos, sem que explosões sucessivas, diárias, trinquem suas casas e coloquem em risco seu patrimônio e suas famílias.
Queremos a nossa lagoa central preservada, sem que a perfuração de uma cava, adequada ao grande crescimento da empresa, coloque em risco a sua existência.
Chega de acharem que sansão do campo encobre a feiúra e a degradação de uma região para que o extrativismo predatório possa tentar passar incólume.
Chega de ilustres predadores usarem e abusarem das nossas cidades nos desrespeitando, e à região, nomeando-nos "Vetor Norte" como se não existíssemos enquanto cidadãos, como se fôssemos uma massa disforme escondida pelos números dos que estão lucrando com essa depredação.
Gostaria de convida-los para a audiência pública que deve se realizar no dia 25 de maio em Lagoa Santa, às 19:00 hs no Clube dos servidores da polícia civil do estado de MG, bairro Aeronautas - LS.
Vamos nos empenhar para comparecer e participar.
Precisamos de divulgação.
Precisamos do seu apoio.
Compareça e divulgue.
segunda-feira, 7 de março de 2011
Lagoa Santa tira a sua fantasia para o carnaval
Fantasiada de qualidade de vida, de "um bom lugar para se viver", Lagoa Santa vem sendo vendida pela sua fantasia.
Não há quem não queira vir morar aqui para desfrutar de tudo que a sua fantasia promete.
Mas, dizem os profissionais que não há melhor época para se despir da fantasia do que o carnaval. É quando a maioria das pessoas joga para o alto o que as reprimem e se soltam na folia. Despidos da fantasia que usam o ano inteiro.
Lagoa Santa não fez diferente. Para o carnaval, talvez cansada de ser fantasiada daquilo que não é mais, tirou a sua fantasia.
Deixou moradores e foliões sem água, o que gerou uma movimentação dos moradores e a verdade de que a cidade não tem como contornar esse enorme problema a curto prazo. Medidas imediatistas estão sendo tomadas para que os responsáveis pareçam estar tomando providências, mas na verdade sabemos que o problema todo é gerado pela expansão desmedida e mal planejada da cidade. Mas, há que correr pois 2012 está aí e pode ser que os eleitores insatisfeitos não reelejam a administração atual e e a galinha pode parar de botar.
O trânsito caótico no sábado espantou até aqueles que são frequentadores da cidade e teem visto a situação piorar gradativamente.
A quantidade de barro, brita, entulhos de construção na orla da lagoa é espantosa. Obras feitas a toque de caixa, em época inadequada para serem realizadas costumam gerar esses problemas.
Lagoa Santa sem fantasia é isso que estamos vendo: completamente sem infraestrutura para receber tanta gente, muito menos em tão pouco tempo.
Portanto, não adianta insistir: fantasias não resistem muito tempo e, mesmo que resistissem, viver de fantasias todos nós sabemos que só nos leva a constantes decepções.
Aqui sim, era um bom lugar para se viver.
Sem fantasia.
Não há quem não queira vir morar aqui para desfrutar de tudo que a sua fantasia promete.
Mas, dizem os profissionais que não há melhor época para se despir da fantasia do que o carnaval. É quando a maioria das pessoas joga para o alto o que as reprimem e se soltam na folia. Despidos da fantasia que usam o ano inteiro.
Lagoa Santa não fez diferente. Para o carnaval, talvez cansada de ser fantasiada daquilo que não é mais, tirou a sua fantasia.
Deixou moradores e foliões sem água, o que gerou uma movimentação dos moradores e a verdade de que a cidade não tem como contornar esse enorme problema a curto prazo. Medidas imediatistas estão sendo tomadas para que os responsáveis pareçam estar tomando providências, mas na verdade sabemos que o problema todo é gerado pela expansão desmedida e mal planejada da cidade. Mas, há que correr pois 2012 está aí e pode ser que os eleitores insatisfeitos não reelejam a administração atual e e a galinha pode parar de botar.
O trânsito caótico no sábado espantou até aqueles que são frequentadores da cidade e teem visto a situação piorar gradativamente.
A quantidade de barro, brita, entulhos de construção na orla da lagoa é espantosa. Obras feitas a toque de caixa, em época inadequada para serem realizadas costumam gerar esses problemas.
Lagoa Santa sem fantasia é isso que estamos vendo: completamente sem infraestrutura para receber tanta gente, muito menos em tão pouco tempo.
Portanto, não adianta insistir: fantasias não resistem muito tempo e, mesmo que resistissem, viver de fantasias todos nós sabemos que só nos leva a constantes decepções.
Aqui sim, era um bom lugar para se viver.
Sem fantasia.
domingo, 20 de fevereiro de 2011
LAGOA SANTA E A TENSÃO SUPERFICIAL
Para quem não se lembra mais: “As moléculas de um líquido interagem entre si de várias maneiras. Além disso, sofrem a ação da gravidade e da agitação térmica. No cômputo geral, se o líquido estiver em um recipiente, forças de atração preponderam e impedem que as moléculas se espalhem pelo espaço. O líquido ocupa um volume determinado, formando uma superfície bem definida entre ele e o ar circundante. Surge daí uma diferença clara entre as moléculas da superfície e as que ficam internas no líquido. As que ficam dentro interagem com as demais em todas as direções. Já as que ficam na superfície só podem interagir com as que estão do lado de dentro. Do lado de fora só existe o ar e as moléculas do ar estão tão separadas uma das outras que seu efeito imediato sobre a superfície líquida pode ser desprezado.
O resultado é que a película que fica na superfície sofre uma atração para dentro do próprio líquido. Essa tendência é contrabalançada pela resistência das moléculas de dentro que só podem ceder espaço até certo ponto. Quando o equilíbrio é alcançado a tendência das moléculas superficiais de penetrarem no líquido é equilibrada pela resistência das demais que estão no interior.
Esse fenômeno é descrito como sendo devido à tensão superficial. Observe que a tensão superficial não é nenhuma força ou interação nova, com o mesmo status do peso ou da força elétrica. É apenas um tipo de equilíbrio entre essas forças que já existem no líquido moldando a forma da superfície desse líquido.”
Isso explica porque alguns insetos conseguem pousar na água, porque pedaços de papel, moedas, clips e outros objetos flutuam.
Pois bem... a frase que mais me importa nesse texto é a que diz que tensão superficial é apenas um tipo de equilíbrio entre essas forças que já existem no líquido moldando a forma da superfície desse líquido.
Analogicamente, estamos vivendo um momento em que o precário equilíbrio que existia em Lagoa Santa, entre a sua infraestrutura e a abusiva expansão que aconteceu devida ao grande número de pessoas que vieram para cá nos últimos dois anos, sem o menor planejamento, está em fase de rompimento. A tensão superficial se rompeu.
Há muito tempo enfrentando sérias crises de falta de água nas casas, em um sistema de roleta russa que a cada semana “privilegiava” um bairro, a cidade essa semana viveu a ruptura da tensão superficial no assunto abastecimento de água. Na sexta-feira as escolas do centro, a própria prefeitura e os moradores daquela região viveram seus momentos de seca. As escolas dispensaram os alunos, a prefeitura seus funcionários.
Outro fator é o aumento considerável no valor das contas de água, cuja explicação veio de que, como está faltando água de maneira intermitente, os canos se enchem de ar e quando a água volta a correr empurra esse ar que passa pelo hidrômetro ( que não sabe distinguir entre água e ar para medir) e é medido como água consumida.
Segundo especialistas, vamos passar por essas rupturas, de maneira grave, em diversos aspectos: trânsito, abastecimento de água, de energia elétrica, segurança.
Sem falar em um gravíssimo problema: o equivalente à “tensão superficial” no que diz respeito à agressão ao frágil solo de Lagoa Santa. Todos os geólogos sérios avisam que o carste não suporta excessos. Já temos em cidades vizinhas acontecimentos registrados de prédios que provocaram rachaduras no solo onde foram construídos, ruas que cederam e deixaram em seu lugar crateras consideráveis e já estamos vendo isso acontecer aqui também. Mas, isso é assunto que ninguém divulga, pois poderia comprometer o “crescimento” da cidade.
A tensão superficial também é o mecanismo que nos permite ver as bolhas de sabão voando coloridas e lindas quando as fazemos com uma mistura de água e sabão e um aro. Lindas e coloridas até que explodam quando a pressão de fora fica maior que a de dentro da bolha.
Começamos a assistir às explosões da nossa cidade. Ao contrário das bolhas de sabão, que podemos repetidamente colocar o nosso aro na água com sabão e fazer outras e outras até nos cansarmos, com a nossa cidade não poderemos voltar atrás.
O importante com certeza seria nos empenharmos em manter o equilíbrio do que a cidade suporta e comporta.
Para que ela continuasse linda e colorida como era.
Tensão superficial: extraído e adaptado de texto de http://www.searadaciencia.ufc.br/tintim/fisica/tensaosuperficial/tintim2.htm
O resultado é que a película que fica na superfície sofre uma atração para dentro do próprio líquido. Essa tendência é contrabalançada pela resistência das moléculas de dentro que só podem ceder espaço até certo ponto. Quando o equilíbrio é alcançado a tendência das moléculas superficiais de penetrarem no líquido é equilibrada pela resistência das demais que estão no interior.
Esse fenômeno é descrito como sendo devido à tensão superficial. Observe que a tensão superficial não é nenhuma força ou interação nova, com o mesmo status do peso ou da força elétrica. É apenas um tipo de equilíbrio entre essas forças que já existem no líquido moldando a forma da superfície desse líquido.”
Isso explica porque alguns insetos conseguem pousar na água, porque pedaços de papel, moedas, clips e outros objetos flutuam.
Pois bem... a frase que mais me importa nesse texto é a que diz que tensão superficial é apenas um tipo de equilíbrio entre essas forças que já existem no líquido moldando a forma da superfície desse líquido.
Analogicamente, estamos vivendo um momento em que o precário equilíbrio que existia em Lagoa Santa, entre a sua infraestrutura e a abusiva expansão que aconteceu devida ao grande número de pessoas que vieram para cá nos últimos dois anos, sem o menor planejamento, está em fase de rompimento. A tensão superficial se rompeu.
Há muito tempo enfrentando sérias crises de falta de água nas casas, em um sistema de roleta russa que a cada semana “privilegiava” um bairro, a cidade essa semana viveu a ruptura da tensão superficial no assunto abastecimento de água. Na sexta-feira as escolas do centro, a própria prefeitura e os moradores daquela região viveram seus momentos de seca. As escolas dispensaram os alunos, a prefeitura seus funcionários.
Outro fator é o aumento considerável no valor das contas de água, cuja explicação veio de que, como está faltando água de maneira intermitente, os canos se enchem de ar e quando a água volta a correr empurra esse ar que passa pelo hidrômetro ( que não sabe distinguir entre água e ar para medir) e é medido como água consumida.
Segundo especialistas, vamos passar por essas rupturas, de maneira grave, em diversos aspectos: trânsito, abastecimento de água, de energia elétrica, segurança.
Sem falar em um gravíssimo problema: o equivalente à “tensão superficial” no que diz respeito à agressão ao frágil solo de Lagoa Santa. Todos os geólogos sérios avisam que o carste não suporta excessos. Já temos em cidades vizinhas acontecimentos registrados de prédios que provocaram rachaduras no solo onde foram construídos, ruas que cederam e deixaram em seu lugar crateras consideráveis e já estamos vendo isso acontecer aqui também. Mas, isso é assunto que ninguém divulga, pois poderia comprometer o “crescimento” da cidade.
A tensão superficial também é o mecanismo que nos permite ver as bolhas de sabão voando coloridas e lindas quando as fazemos com uma mistura de água e sabão e um aro. Lindas e coloridas até que explodam quando a pressão de fora fica maior que a de dentro da bolha.
Começamos a assistir às explosões da nossa cidade. Ao contrário das bolhas de sabão, que podemos repetidamente colocar o nosso aro na água com sabão e fazer outras e outras até nos cansarmos, com a nossa cidade não poderemos voltar atrás.
O importante com certeza seria nos empenharmos em manter o equilíbrio do que a cidade suporta e comporta.
Para que ela continuasse linda e colorida como era.
Tensão superficial: extraído e adaptado de texto de http://www.searadaciencia.ufc.br/tintim/fisica/tensaosuperficial/tintim2.htm
sábado, 19 de fevereiro de 2011
Tribunal de Justiça mantém liminar que impede obras em área tombada pelo Município de Lagoa Santa
Decisão da 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais foi unânime.
Depois de apurar denúncias sobre obras irregulares na região central de Lagoa Santa, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte, o Ministério Público Estadual (MPE) por meio dos os promotores de Justiça Marcos Paulo de Souza Miranda, Carlos Eduardo Ferreira Pinto e Adriano de Oliveira Cândido propuseram Ação Civil Pública (ACP) objetivando o cancelamento das autorizações concedidas pelo Município de Lagoa Santa que permitiam às empresas Construtora Dominus e Promenade Apart-Hotéis, a construção de um grande empreendimento imobiliário denominado Apart-Hotel Promenade sem a elaboração de estudos ambientais e sem a aprovação pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural.
A construção pretendida teria área de 5.210,00 m2, sendo composta por 180 unidades de 32 m2, totalizando somente a área de hospedagem 5.760,00m2, impactando negativamente a Lagoa Central da cidade, que é tombada como patrimônio cultural e paisagístico da cidade.
Em 12 de julho de 2010 o Juiz de Direito da 2ª Vara de Lagoa Santa, José Geraldo Miranda de Andrade, deferiu parcialmente a liminar pleiteada pelo Ministério Público em ação civil pública proibindo as empresas qualquer atividade tendente à construção do empreendimento, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. Foi ainda determinado pelo juiz a averbação da ação civil pública à margem da matrícula do imóvel no Cartório de Registros de Imóveis de Lagoa Santa, para conhecimento de terceiros.
Em 18 de agosto de 2010 as empresas interpuseram recurso de Agravo de Instrumento junto ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
No último dia 15 de fevereiro a 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais decidiu por unanimidade de votos negar provimento ao Agravo de Instrumento interposto pelos réus, confirmando a liminar que proíbe a construção do edifício no entorno do bem tombado, considerado como o maior cartão postal de Lagoa Santa.
Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais
Rua Timbiras, 2941 - Barro Preto - Belo Horizonte - MG - CEP 30140-062
Telefax: 31-3250-4620
Depois de apurar denúncias sobre obras irregulares na região central de Lagoa Santa, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte, o Ministério Público Estadual (MPE) por meio dos os promotores de Justiça Marcos Paulo de Souza Miranda, Carlos Eduardo Ferreira Pinto e Adriano de Oliveira Cândido propuseram Ação Civil Pública (ACP) objetivando o cancelamento das autorizações concedidas pelo Município de Lagoa Santa que permitiam às empresas Construtora Dominus e Promenade Apart-Hotéis, a construção de um grande empreendimento imobiliário denominado Apart-Hotel Promenade sem a elaboração de estudos ambientais e sem a aprovação pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural.
A construção pretendida teria área de 5.210,00 m2, sendo composta por 180 unidades de 32 m2, totalizando somente a área de hospedagem 5.760,00m2, impactando negativamente a Lagoa Central da cidade, que é tombada como patrimônio cultural e paisagístico da cidade.
Em 12 de julho de 2010 o Juiz de Direito da 2ª Vara de Lagoa Santa, José Geraldo Miranda de Andrade, deferiu parcialmente a liminar pleiteada pelo Ministério Público em ação civil pública proibindo as empresas qualquer atividade tendente à construção do empreendimento, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. Foi ainda determinado pelo juiz a averbação da ação civil pública à margem da matrícula do imóvel no Cartório de Registros de Imóveis de Lagoa Santa, para conhecimento de terceiros.
Em 18 de agosto de 2010 as empresas interpuseram recurso de Agravo de Instrumento junto ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
No último dia 15 de fevereiro a 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais decidiu por unanimidade de votos negar provimento ao Agravo de Instrumento interposto pelos réus, confirmando a liminar que proíbe a construção do edifício no entorno do bem tombado, considerado como o maior cartão postal de Lagoa Santa.
Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais
Rua Timbiras, 2941 - Barro Preto - Belo Horizonte - MG - CEP 30140-062
Telefax: 31-3250-4620
sábado, 5 de fevereiro de 2011
Jornal Momento Online
Vale a pena ler a reportagem, porque nada melhor do que a gente perceber que pessoas além de nós também não se deixam enganar por uma reportagem cujo objetivo é maquiar uma administração tendenciosa.
http://www.redemomento.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=85:carlos-valadares&catid=40:jornal&Itemid=59
http://www.redemomento.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=85:carlos-valadares&catid=40:jornal&Itemid=59
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
Panens et circenses
PÃO E CIRCO
"Com o crescimento urbano vieram também os problemas sociais para Roma. Receoso de que pudesse acontecer alguma revolta de desempregados, o imperador criou a política do Pão e Circo. Esta consistia em oferecer aos romanos alimentação e diversão. Quase todos os dias ocorriam lutas de gladiadores nos estádios ( o mais famoso foi o Coliseu de Roma ), onde eram distribuídos alimentos. Desta forma, a população carente acabava esquecendo os problemas da vida, diminuindo as chances de revolta."
Sabemos que existem circos e circos.
Tanto na atuação quanto na intenção do espetáculo.
Já temos os circos ambientalistas que não exploram os animais nos seus espetáculos e muitas cidades já incluiram em suas leis a proibição de apresentação de espetáculos circenses que trazem animais na sua programação.
O circo é nobre enquanto a sua intenção é levar a diversão para o povo, mesclando a cultura regional às habilidades dos artistas. Chamando de povo qualquer cidadão de qualquer lugar. A arte popular, o circo, merecem o nosso aplauso.
Mas, a política do pão e circo é desprezível.
A má intenção do uso da diversão e do dar algo ao povo, com o propósito de distraí-lo de más administrações, é desprezível.
Qualquer semelhança da intenção romana com o que vem acontecendo em Lagoa Santa não é mera coincidência.
Temos visto acontecer com frequência essa política em nossa cidade.
Um trabalho sério e competente da nossa Secretaria de Cultura, foi transformado em material de propaganda da prefeitura. Os folders de propaganda da prefeitura estão recheados dos acontecimentos culturais. Por que? Porque É um trabalho sério que vem sendo feito ali. E então, junto a esse trabalho publicam, utilizando-se da sua seriedade, propagandas de obras e obras que não raro ouvimos a respeito delas que "não são bem assim".
Com a recente publicação do "catálogo de propaganda" da prefeitura, numa edição de luxo, que todos gostaríamos de saber quanto custou e quem pagou, distribuido em toda a cidade, vimos o quanto tem havido a necessidade de se mostrar serviço. De levantar a lona do mau circo.
Enquanto dilapidam a cidade em loteamentos, condomínios - sempre com a máxima de que Lagoa Santa não é cidade para pobre morar ( pobre aqui só tem valor nas eleições) - sem a menor infra-estrutura de saneamento, sem a menor responsabilidade com a importância cultural, arqueológica e geológica da cidade, editam e distribuem propagandas de luxo. Fazem a propaganda do mau espetáculo circense. Aquele onde a única intenção é distrair a atenção da população para o que realmente vem acontecendo no cidade.
Como se não bastasse, agora instalaram na orla da lagoa central mais um modelo desse circo.
Um golpe de mestre, porque qualquer instituição que queira remover da orla a Academia ao ar livre será taxado de ambientalista xiita. Porém, o que eu ainda não sei e gostaria muito de saber é se existe uma autorização do Conselhor Municipal de Cultura e do CODEMA para a instalação de uma "academia" na orla da lagoa central, que é Patrimônio Histórico Cultural da cidade ( o Patrimônio é a lagoa e toda a sua bacia), sendo também a orla e a avenida que a circunda - até 30 metros do leito maior da lagoa - uma APP - área de preservação permanente. Portanto, ali, para se instalar qualquer coisa é necessária autorização de quem cuida do patrimônio e do meio ambiente na cidade. Por que não um parque para esse fim, com um projeto urbanístico bem feito, respeitando todos os requisitos?
As tentativas incansáveis de grupos de cidadãos, ONGs, de trazer até o povo informação técnica altamente qualificada, através da criação do Subcomitê da Bacia da Lagoa Central e dos Córregos Bebedouro e Jaque, através de movimentações públicas, fóruns ambientais, são várias vezes boicotadas por aqueles a quem não interessam que essas informações cheguem ao povo.
E essas inciativas são o bom circo. Na apresentação e na intenção.
A culturação de um povo, a educação para que ele seja conhecedor do patrimônio ambiental e cultural que possui e que passe ele mesmo a ser o cuidador desse patrimônio é que deve ser a verdadeira intenção de se fazer "um circo" pela administração pública.
Esse é ao mesmo tempo o Pão. O bom pão. Ao contrário das esmolas que se dão de tempos em tempos a troco de alguma coisa, a cultura, o desenvolvimento sustentável, a educação são os verdadeiros provedores do pão nosso de cada dia.
O povo quer qualidade de vida, quer trabalho e diversão.
Não quer ser feito de bobo. Porque já há algum tempo ele vem deixando de ser bobo.
Cuidado os maus atores desses espetáculos à moda romana.
2012 está aí.
"Com o crescimento urbano vieram também os problemas sociais para Roma. Receoso de que pudesse acontecer alguma revolta de desempregados, o imperador criou a política do Pão e Circo. Esta consistia em oferecer aos romanos alimentação e diversão. Quase todos os dias ocorriam lutas de gladiadores nos estádios ( o mais famoso foi o Coliseu de Roma ), onde eram distribuídos alimentos. Desta forma, a população carente acabava esquecendo os problemas da vida, diminuindo as chances de revolta."
Sabemos que existem circos e circos.
Tanto na atuação quanto na intenção do espetáculo.
Já temos os circos ambientalistas que não exploram os animais nos seus espetáculos e muitas cidades já incluiram em suas leis a proibição de apresentação de espetáculos circenses que trazem animais na sua programação.
O circo é nobre enquanto a sua intenção é levar a diversão para o povo, mesclando a cultura regional às habilidades dos artistas. Chamando de povo qualquer cidadão de qualquer lugar. A arte popular, o circo, merecem o nosso aplauso.
Mas, a política do pão e circo é desprezível.
A má intenção do uso da diversão e do dar algo ao povo, com o propósito de distraí-lo de más administrações, é desprezível.
Qualquer semelhança da intenção romana com o que vem acontecendo em Lagoa Santa não é mera coincidência.
Temos visto acontecer com frequência essa política em nossa cidade.
Um trabalho sério e competente da nossa Secretaria de Cultura, foi transformado em material de propaganda da prefeitura. Os folders de propaganda da prefeitura estão recheados dos acontecimentos culturais. Por que? Porque É um trabalho sério que vem sendo feito ali. E então, junto a esse trabalho publicam, utilizando-se da sua seriedade, propagandas de obras e obras que não raro ouvimos a respeito delas que "não são bem assim".
Com a recente publicação do "catálogo de propaganda" da prefeitura, numa edição de luxo, que todos gostaríamos de saber quanto custou e quem pagou, distribuido em toda a cidade, vimos o quanto tem havido a necessidade de se mostrar serviço. De levantar a lona do mau circo.
Enquanto dilapidam a cidade em loteamentos, condomínios - sempre com a máxima de que Lagoa Santa não é cidade para pobre morar ( pobre aqui só tem valor nas eleições) - sem a menor infra-estrutura de saneamento, sem a menor responsabilidade com a importância cultural, arqueológica e geológica da cidade, editam e distribuem propagandas de luxo. Fazem a propaganda do mau espetáculo circense. Aquele onde a única intenção é distrair a atenção da população para o que realmente vem acontecendo no cidade.
Como se não bastasse, agora instalaram na orla da lagoa central mais um modelo desse circo.
Um golpe de mestre, porque qualquer instituição que queira remover da orla a Academia ao ar livre será taxado de ambientalista xiita. Porém, o que eu ainda não sei e gostaria muito de saber é se existe uma autorização do Conselhor Municipal de Cultura e do CODEMA para a instalação de uma "academia" na orla da lagoa central, que é Patrimônio Histórico Cultural da cidade ( o Patrimônio é a lagoa e toda a sua bacia), sendo também a orla e a avenida que a circunda - até 30 metros do leito maior da lagoa - uma APP - área de preservação permanente. Portanto, ali, para se instalar qualquer coisa é necessária autorização de quem cuida do patrimônio e do meio ambiente na cidade. Por que não um parque para esse fim, com um projeto urbanístico bem feito, respeitando todos os requisitos?
As tentativas incansáveis de grupos de cidadãos, ONGs, de trazer até o povo informação técnica altamente qualificada, através da criação do Subcomitê da Bacia da Lagoa Central e dos Córregos Bebedouro e Jaque, através de movimentações públicas, fóruns ambientais, são várias vezes boicotadas por aqueles a quem não interessam que essas informações cheguem ao povo.
E essas inciativas são o bom circo. Na apresentação e na intenção.
A culturação de um povo, a educação para que ele seja conhecedor do patrimônio ambiental e cultural que possui e que passe ele mesmo a ser o cuidador desse patrimônio é que deve ser a verdadeira intenção de se fazer "um circo" pela administração pública.
Esse é ao mesmo tempo o Pão. O bom pão. Ao contrário das esmolas que se dão de tempos em tempos a troco de alguma coisa, a cultura, o desenvolvimento sustentável, a educação são os verdadeiros provedores do pão nosso de cada dia.
O povo quer qualidade de vida, quer trabalho e diversão.
Não quer ser feito de bobo. Porque já há algum tempo ele vem deixando de ser bobo.
Cuidado os maus atores desses espetáculos à moda romana.
2012 está aí.
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