Vou me permitir grifar alguns pontos da reportagem que são importantes em comparação com a nossa situação e a da nossa vizinha:
"CONCEIÇÃO DO MATO DENTRO
Disputa entre mineradoras e preservação deixa cidade em pé de guerra
Conceição do Mato Dentro pega literalmente em armas para negociar com mineradora britânica
Zulmira Furbino - Estado de Minas
Publicação: 28/03/2010 08:20
Conceição do Mato Dentro – Conceição do Mato Dentro, a capital mineira do ecoturismo, instalada em meio aos biomas da mata atlântica e do cerrado, pode ser considerada, hoje, uma terra sem lei. Localizada na Região Central de Minas, no caminho da Estrada Real, famosa por festas típicas centenárias e por suas belíssimas cachoeiras, integrante do circuito de produção do queijo Serro – tombado como primeiro Patrimônio Imaterial de Minas Gerais pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha) –, a cidade vive o dilema entre a preservação de sua vocação cultural e turística e a atividade mineradora, trazida primeiro pela MMX, do bilionário Eike Batista, e agora pelo grupo inglês Anglo Ferrous, que comprou o negócio.
De um lado, a mineração promete engordar o caixa do município por meio do aumento da arrecadação de impostos e do pagamento de royalties em mais de R$ 30 milhões ao ano. De outro, a preocupação com o meio ambiente e com o crescimento sustentado é crescente, já que a cidade está na Serra do Espinhaço. Os pequenos proprietários de terra reclamam que estão sendo pressionados e acuados para vendê-las. A especulação imobiliária rural no município ganhou contornos irracionais, chegando ao conflito armado.
Foi o que ocorreu na comunidade de Água Santa, localizada ao pé da Serra da Ferrugem. Aécio Lopes Vieira, técnico em agropecuária, conta que há três anos Sebastião Simões Pimenta, 46 anos, conhecido como Tião, e sua família, montaram uma barricada armada para impedir a passagem dos carros da Anglo na propriedade onde vivia com a mãe, de 91 anos. A empresa teria dado o troco proibindo-o de usar uma trilha habitual que cortava caminho para um distrito vizinho, o Sapo, também usando homens armados. Felizmente, nenhum tiro foi trocado.
O resultado da escaramuça é que Tião teria conseguido R$ 2,4 milhões pela venda do terreno. O ex-proprietário das terras, porém, fala numa cifra menor: R$ 1,4 milhão. Acredita, contudo, que vendeu barato. “Eu queria ter vendido por R$ 6 milhões”, garante. A polaridade de posições e a cobiça despertada pelas negociações feitas com vizinhos e parentes são um dos ingredientes que alimentam a tensão vivida na região. Depois de vender o terreno, Tião alugou uma casinha vizinha – sem banheiro e sem pia na cozinha – e continua a viver como se não tivesse ganho um tostão. “Ganhei o dinheiro, mas está pior do que antes. Aqui não tem nem banheiro dentro de casa. Não consigo comprar uma terra porque o preço está muito alto”, reclama.
De fato, é impossível saber o preço de uma gleba nas imediações do município. “Antes da mineração, o hectare custava entre R$ 500 a R$ 1 mil. Hoje, a Anglo colocou o preço da área que é prioridade para ela entre R$ 12 mil e R$ 15 mil”, diz Aécio Vieira. Exemplo vivo dessa montanha russa é José Santos Pereira, 78 anos, o seu Zezeco. Há três anos, ele se separou, dividiu suas terras ao meio com a ex-mulher e vendeu sua parte – cinco hectares – para a Anglo por R$ 100 mil. A ex, Maria Soares Pimenta, ficou com sua metade, que vendeu há três meses por nada menos do que R$ 920 mil. Para sua sorte, seu Zezeco só tinha recebido a metade do dinheiro porque esperava a averbação do divórcio para ter acesso ao restante. Agora, vai receber R$ 330 mil no lugar dos R$ 50 mil que tinham ficado para trás.
Enquanto isso, na cidade, a preocupação com o crescimento sustentado causa dor de cabeça até mesmo naqueles que estão ganhando dinheiro com a mudança de foco econômico do município. Em 2008, a reeleição do prefeito, Breno José de Araújo Costa, foi anulada e o mesmo aconteceu com a seguinte, na qual foi eleito o filho do político, Breno Filho. Resultado: a cidade está acéfala. Ocupa o posto interino de chefe do executivo a vereadora e presidente da Câmara, Nelma Lúcia Cirino de Carvalho, que não sabe de cor nem o valor do Produto Interno Bruto (PIB) nem o da arrecadação municipal. Até agora, não há projetos de infraestrutura para preparar Conceição do Mato Dentro para o crescimento que já começou a chegar. “Essa é uma situação nova para mim. Não esperei em nenhum momento assumir a prefeitura. Não foi nada fácil”, desabafa.
O vice-presidente da Associação Comercial e Empresarial de Conceição do Mato Dentro, José Antônio Pimenta Filho, reconhece que a chegada de novas empresas à cidade é um ponto positivo, mas afirma que tentou se aproximar da Anglo para obter dados como o número de trabalhadores que já aportaram no município, porém sem sucesso. “Só a RG (construtora) teria trazido 400 homens. Já são 20 prestadoras de serviço na cidade”, calcula. Ele também tentou promover um encontro de empresários da cidade que atuam em outros locais do Brasil, mas não houve interlocução. “A única parceria com a empresa é o Plano de Desenvolvimento de Fornecedores, mas ele é para inglês ver. A empresa está aqui há cinco anos e nada fez pela cidade”, sustenta. De acordo com ele, a mineração concentra renda, mas beneficia poucos. E ainda traz problemas sociais. “A Anglo está gerando empregos primários, mas nossa periferia tem problemas muito sérios, como alcoolismo e drogas. O índice de violência aqui é muito alto”, diz.
No pico da obra, o número de habitantes da cidade terá saltado de 19 mil para 23 mil pessoas. Por enquanto, de acordo com Carlos Gonzales, diretor de operações da mineradora, são apenas 800 pessoas contratadas pelas empresas prestadoras de serviço. Além disso, há cerca de 50 funcionários diretos da própria Anglo Ferrous. “A empresa não vai implantar em Conceição um projeto que não seja sustentável porque não vou aceitar. Eu sou o dono do projeto. Conceição não será como Itabira”, afirma. "
Engana-se quem pensa que existe uma preocupação com o desenvolvimento sustentável por parte da maioria dos grandes investidores.
Alguém acredita que Eike Batista ao comprar a terra estava preocupado com a importância da região ou com quem morava ali? Tanto não estava que já vendeu pra outra empresa, que por sua vez também não está.
Não se engane com as falsas promessas... o som da caixa registradora seduz. Ás vezes, corrompe.
Quando você negocia o seu patrimômio, seja ele histórico, cultural, ou pessoal, não transfira para o outro a responsabilidade de uma possível depredação. Quem cuida do que é seu é você mesmo. Se o outro ao comprar, lhe faz promessas, não as use para acalentar o seu sono.
Nós não estamos vendo isso acontecer?
Preserve Lagoa Santa - "Um bom lugar para se viver" se lutarmos e defendermos nossos direitos. Blog de cidadãos preocupados com o futuro de Lagoa Santa e o impacto do crescimento sem organização, sem respeito ao meio ambiente e à sua população. E mantemos nossa luta inicial: continuaremos sempre lutando contra a construção de prédios às margens da lagoa santa.
se deixar na maos deles, os donos do mundo, vao destruír tudo, sem dó nem piedade, pois com certeza eles nao sabem o que eh isso, a populaçao coitada, na maioria analfabeta, e os que restam, nao se envolvem. eu to revoltada com esse país medilcre de politicos safados, um aqui de L.S, dizia que era aposentado, parecem mesmo um bando de aposentados, agora querem ganhar dinheiro facil, com esse investidores capetalistas que estao vindo para a cidade. Edu
ResponderExcluirCade os politicos dessa cidade???? Ficam coçando? Lagoa Santa esta nogenta, cheia de lixo, um transito ridiculo, quem eh o responsavel por esses canteiros podres, cheios de concreto?
ResponderExcluirgente que nao estuda é foda, quando vai parar na politica so faz merda! revolta de um cidadao que veio atras de qualidade de vida e se sente roubada pelos politicos que recebem para trabalhar.claudia
ResponderExcluirpolitico nao tem filho nao? Maria
ResponderExcluirpra mim esta claro, politico no brasil nao gosta de trabalhar, gostam de ganhar dinheiro facil, e querem garantir a aposentadoria deles a nossas custas!!!!!!!! Isso nao pode continuar!!!!!!
ResponderExcluirpensar agora é ser ambientalista??!! vereadores acusam de ambientalistas pessoas que, apenas sabem raciocinar, a cidade nao suporta o crescimento que eles querem ,mas a gente sabe que eles querem mesmo é encher o bolso, ou seria a cueca, tem na meia tambem,ne?
ResponderExcluir"acima do homem, o céu, acima do céu, Deus, acima de Deus, o dinheiro"Titãs
ResponderExcluirvereador trabalha pro capeta!!!!!!Flavio